11 de janeiro de 2007

Cinema | Heróis ou não, eis a questão

cinecrítica

"Flags of Our Fathers"/"As Bandeiras dos Nossos Pais" (2006), de Clint Eastwood, não é apenas um filme de guerra. Porque o género representa sempre uma limitação e leva-nos, neste caso, a associá-lo a violência, armas de fogo, mortes e frequentemente uma história pobre. Em "Flags", a construção narrativa é feita de flashbacks nem sempre correctamente encadeados no tempo, flashbacks que representam as memórias de alguns soldados que sobreviveram à batalha de Iwo Jima, uma ilha no Pacífico onde tropas americanas e nipónicas se confrontaram durante a II Guerra Mundial. E, mais do que a guerra em si (cujos momentos de violência atroz estão, de qualquer modo, presentes), o que interessa é a história daquelas vidas que, devido a uma mera fotografia, foram elevados à categoria de heróis. Mas será que foram eles os verdadeiros heróis daquela guerra? São eles mesmos quem coloca a questão, porque os heróis salvam vidas e, no campo da batalha, eles foram incapazes de salvar os seus companheiros e amigos. A perspectiva de Clint Eastwood, ícone do cinema americano nas categorias de actor e realizador, afasta-se de registos falhados do passado e, na minha opinião, é bastante humilde. Porque, na guerra, não há vencedores.

Com Ryan Phillippe, Jesse Bradford, Adam Beach

Em poucas palavras:

O melhor - Ultrapassa os limites do estereótipo do género.

O pior - Continua a ser um filme de guerra e a violência, não recomendada a pessoas mais sensíveis, está presente.

4 estrelas

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