Quinze dias após a entrada em vigor sobre a nova lei do tabaco, muito se disse e se escreveu sobre a adaptação dos portugueses às novas regras. Hoje, o jornalista João Miguel Tavares chama a atenção, na sua crónica semanal no DN, para os últimos textos de colunistas como Vasco Pulido Valente e Miguel Sousa Tavares sobre o assunto.
CAPITALISTAS MEDROSOS E FUMADORES RESSACADOS
João Miguel Tavares
jornalistajmtavares@dn.pt
Nunca tive tanta noção de o tabaco ser uma droga como nos últimos 15 dias, após ler textos alucinados por parte de colunistas habitualmente respeitáveis como Vasco Pulido Valente ou Miguel Sousa Tavares. O que eles têm escrito sobre a nova lei do tabaco, deitando mão a comparações que deviam envergonhar qualquer pessoa que tenha lido dois livros de História, é de tal modo inconcebível que só se explica pela carência de nicotina. Eles fingem que um café inundado de fumo é coisa que não incomoda ninguém. Eles chamam fascismo a uma decisão que chateia dois milhões de portugueses e protege oito milhões. E Sousa Tavares conseguiu mesmo a proeza de afirmar no Expresso, sem corar de vergonha, que a lei faz "lembrar, irresistivelmente, os primeiros decretos antijudeus da Alemanha nazi". Ora, isto não é texto de um colunista prestigiado - isto é conversa de um junkie a quem o dealer cortou na dose. Faço, pois, votos que os fumadores descompensados acabem de ressacar rapidamente, para o bom senso regressar e nós podermos voltar a lê-los com gosto.
Para ler em Diário de Notícias - Opinião
15 de janeiro de 2008
Crónica | Aos fumadores ressacados
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