8 de julho de 2008

Ainda Manuela e a procriação das famílias

Numa época em que a luta pelo casamento entre homossexuais consegue importantes vitórias, a recém-eleita líder do PSD Manuela Ferreira Leite apresentou, como argumento para o não à legalização, o facto de a procriação dever ser o objectivo das uniões familiares em Portugal. E é claro que mal tinha acabado de dizer tais palavras, já estava a ser criticada. Não é difícil, dada a postura conservadora e antiquada. Entretanto, muito se falou e escreveu e, hoje, João Miguel Tavares acrescentou a sua opinião.

APONTAR NA AGENDA: NÃO DIZER PRO-CRI-A-ÇÃO

João Miguel Tavares
Jornalista
jmtavares@dn.pt

Cara Manuela Ferreira Leite, apesar da sua idade e da sua experiência, deixe-me dar-lhe um conselho: nunca - mas nunca - utilize a palavra "procriação". Ninguém, a não ser padres e freiras, pode usar a palavra "procriação" e sair de mansinho de uma conversa, como se não fosse nada. Procriação cheira a incenso. Procriação cheira a naftalina. A rebuçados do dr. Bayard. A Farinha 33. Aos tempos em que só havia a A1 e a A2. Para sua informação, cara Manuela, Portugal já vai na A44. Portanto, ponha um post-it no porta-moedas: "procriação, não." Se de repente estiver no meio de uma entrevista à TVI e começar a pensar "ah, e tal, a procriação" - shut, ponha logo a mão na boca. Procriação, não.

Para ler em DN - Opinião

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